quinta-feira, 27 de maio de 2010

Nem todo albergado é morador de rua

Quando a gente vê aquela fila na porta dos albergues já vem aquele pensamento: “são apenas moradores de rua”. Em um primeiro momento preconceituoso, por desconhecer a situação de quem está na rua – muitos são doentes mentais, outros drogados e muitos vieram para cá com um sonho e se perderam no caminho.

Porém, de acordo com pesquisa da FIPE publicada hoje, 25,9% das pessoas que ocupam leitos no albergues nunca tiveram experiência de rua. São aposentados, pessoas que vivem só ou gente que trabalha no centro, mas ganha tão pouco que o dinheiro não dá para a condução diariamente.

Este dado me fez refletir sobre a geração de empregos na cidade. As pessoas têm de passar a semana toda fora de casa porque ganham o mínimo do mínimo para a sobrevivência e ainda precisam pagar a condução. Seria mais interessante gerar empregos próximo a residência das pessoas. Assim evitaríamos que alguém venha lá do fundão da Zona Leste ou lá da divisa com Itanhanhém, na região de Marsilac, para a Praça da Sé, por exemplo. A Prefeitura começou a pensar nisto ao investir no Pólo Tecnológico na Zona Leste. Mais empregos para que as pessoas não tenham de fazer grandes deslocamentos e possam passar mais tempo com a família.

Além dos sub-empregos há também questões envolvendo solidão e depressão. Idosos que ficam sozinhos, sem família e procuram nos albergues companhia. Para estas pessoas é necessário investir em mais áreas de lazer e convivência. Há uma pracinha no bairro do Encosta Norte que eu lutei para que fosse feita. Lá era um lixão e hoje existem equipamentos de ginástica para a melhor idade e playground para as crianças. É lindo de se ver! As “senhorinhas” fazendo exercícios físicos, depois sentam, conversam, tricotam e trocam receitas. Companhia é o que não falta. Criar mais locais neste sentido acaba com a solidão, eleva a auto-estima e dá um fim na depressão.

Não podemos nos esquecer das pessoas que ficam em albergues e são dependentes químicos – drogas e álcool – ou possuem problemas mentais. Estes a família deixou para trás. A criação de centros gratuitos para tratamento deste problemas também é primordial. A Prefeitura também está investindo nisto ao criar os CAPS, os centros de tratamento nos bairros para dependentes e doentes mentais. Ainda são poucas unidades, mas fazem uma grande diferença.

Esta matéria faz a gente refletir sobre a pessoa que está ao nosso lado. Por muitas vezes trabalhamos o dia todo e nem sabemos os sacrifícios que faz para estar ali. É algo para se pensar!

E você o que acha desta pesquisa da FIPE? Você concorda?

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Abs,

RT

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